segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Oficinas lúdicas para educadores... uma justificativa

O LÚDICO: UMA ABERTURA PARA NOVOS PENSAMENTOS
NO CAMPO PEDAGÓGICO

           Existe um ser a quem a maioria de nós, muitas vezes tem esquecido; se foi recordado uma vez ou outra, foi de forma circunstancial, mas essa recordação fugaz não cumpre o objetivo a seguir assinalado, razão pela qual há que se declarar seu geral esquecimento.
Esse ser é a criança que cada um de nós “foi”, que nos proporcionou os melhores dias da existência e a quem, poderíamos dizer, devemos grande parte do que agora somos.
           São muitas as reflexões que acodem à mente quando a recordação converge para a criança; mas é necessário evocá-la com freqüência, para que nos inspire coisas sobre as quais até aqui não havíamos pensado.
           Se esquecemos nossa própria criança cometemos com isso, talvez sem querer, um crime simbólico: morrerá também o jovem e, sucessivamente, o que somos ou fomos em cada idade. Assim se irá esfumando no esquecimento e, sem que sintamos, morrerá em nós, lentamente, toda a nossa vida. Com isso perdemos a dimensão lúdica da existência. Perdemos nossa capacidade de brincar.
          A maioria dos adultos perderam ao longo dos anos e por circunstâncias diversas a capacidade de se encantar com pequenas coisas. Acreditam que o mundo dos adultos é sério, tenso, de “grandes” responsabilidades. Não sabem mais rir de si mesmos.
          Tudo isso é triste, mas o maior perigo está quando essas pessoas desencantadas assumem o papel de educadores. Fazem uma “escola de adultos” onde as crianças devem ser “moldadas”. Cometem um segundo crime simbólico “matam” a criança que há em cada criança. Começamos a formar mais adultos que não sabem brincar. Rabugentos, mal humorados e infelizes. Se isso for além vamos exterminar a existência humana. Mataremos as bonecas de pano, as fadas, os super-heróis e os monstros...
         Quem não sabe brincar não pode ser educador. É como tentar dar uma aula em um idioma diferente do falado pelos alunos. Quem não brinca não se comunica com a criança, com o adolescente. É impossível pensar educação sem comunicação.
         Uma escola onde não se brinca pode ser tudo, mas não uma Escola. O brincar permite a criança e ao adolescente resolver conflitos internos, além de garantir a construção do conhecimento e do desenvolvimento emocional, cognitivo e social. O tempo utilizado para brincar contribui para o seu bem-estar e para suas experiências futuras. É a oportunidade que se tem de aprender sozinho com sua própria falha sem se sentir constrangido em errar e tentar novamente. O brincar é fundamental para o desenvolvimento proporcionando a experiência do mundo. Ao brincar o ser humano desenvolve, entre outros, o seu lado emocional e afetivo, estando em constante momento de experimentação e aprendizagem. O ato de brincar pode incorporar valores morais e culturais, sendo que as atividades lúdicas devem visar à auto-imagem, auto-estima, autoconhecimento e cooperação porque estes conduzem à imaginação, à fantasia, à criatividade, à criticidade e a uma porção de vantagens que ajudam a moldar suas vidas como crianças e como adultos.
         O lúdico é usado como um recurso, que propicia um ensinar de forma correta, simples e divertida. Onde o aluno também constrói seu conhecimento, em brincadeiras próprias.
         Brincar é coisa séria. A brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento humano na medida em que possibilita a transformação de todas as coisas e produção de novos significados.  A escola deve ser um espaço onde se possa reinventar o mundo. É claro que existem dilemas, conflitos e competições e tudo isso é tão saudável quanto à brincadeira. Se alguém perde, alguém ganha e a brincadeira é metáfora da existência. Só quem já perdeu um dia sabe o que é ganhar. Perder é tão educativo como ganhar. Ninguém experimenta o verdadeiro sabor da vitória sem antes ter fracassado. Descobrimos talentos, somos todos diferentes e cada um é bom em uma atividade específica. Fica a salva a subjetividade.
         É profissional da educação quem sabe brincar... Acredito que o lúdico é uma abertura para uma verdadeira e sempre nova educação.

Ailton Dias de Melo

Palestra: Linguagem não-verbal na educação



A Comunicação pela linguagem corporal, na educação:
 “o corpo e seus símbolos"
 

A linguagem é o grande instrumento de construção da alteridade humana. De modo especial a linguagem não-verbal é de extrema importância para a comunicação e o relacionamento social. Mesmo que não se conheça  uma pessoa, pelos seus gestos é possível descobrir o que esta pessoa está pensando. Pernas e braços cruzados, coçar os olhos, brincar com objetos e roer unhas, dependendo do contexto da situação, pode ser uma linguagem mais sincera do que as próprias palavras. 
A linguagem não-verbal corresponde a uma modalidade primitiva de apreensão do indivíduo e do mundo que o cerca; isso porque esse tipo de linguagem exprime sentimentos e emoções quase sempre não verbalizados e pouco elaborados resguardando sua transparência. Dentro do processo ensino-aprendizagem é fundamental entender a linguagem do corpo em função da comunicação geral (verbal e não-verbal) sobre a qual se constrói a educação. Infelizmente, é fato, que no sistema educacional vigente no Brasil, o corpo, como expressão, ainda não é bem compreendido. 
Para um avanço na educação a meta é alterar essa realidade. Viabilizar o diálogo na “era da comunicação” significa construir um novo paradigma. Para isso, o primeiro passo é aprender a arte de “escuta do corpo”. A compreensão da linguagem não-verbal passa pela interpretação correta de indicadores do corpo que funcionam como códigos dentro de um fantástico universo simbólico. 

Professor Ailton Dias  de Melo

Oficina: O Teatro na Educação


Trabalho de clown... uma proposta

O palhaço circense e o clown possuem uma mesma essência: colocar em exposição à estupidez do ser humano. É muito peculiar ao clown à combinação do cômico e do trágico, emoção contraposta, ele faz tudo seriamente. Na verdade palhaço e clown são termos distintos para se designar a mesma coisa, existem, sim, diferenças quanto às linhas de trabalho e as diferenças que aparecem em decorrência do tipo de espaço que o clown trabalha: circo, teatro, rua, cinema, etc.
O clown ou palhaço tem suas raízes na baixa comédia grega ou romana: os bufões, os bobos da idade média – não eram atores que desempenhavam seu papel no palco; ao contrário, continuavam sendo bufões e bobos em todas as circunstâncias da vida. Encarnavam uma forma especial de vida, simultaneamente real e irreal, entre a arte e a vida. Ser marginal e marginalizado. Tradicionalmente ele tem deformações físicas como corcundas, um braço a menos, enormes barrigas, órgãos genitais exacerbados. São gigantes ou anões, três olhos, sete dedos. O bufão é grotesco, malicioso e ingênuo, puro e cruel, romântico e libidinoso.      

Exercícios - prática da oficina 
1-     Ações físicas:
a)      Maneiras de andar (rápido, lento, grande, pequeno) – o impulso parte dos pés, joelhos, quadril (plexo solar), ombros, cabeça;
b)      Possibilidades diferentes de pisar (calcanhar, ponta dos pés, lado externo, lado interno) – variar ritmo (rápido e lento) e amplitude (grande e pequeno);
c)      Correr;
d)      Saltar;
e)      Cair;
f)        Girar;
g)      Mudar de direção (guiar-se pelo nariz – ou, o corpo vira primeiro e depois a cabeça);
h)      Parar;
i)        Sentar.
- Passar do andar diferente para o andar normal automaticamente.
- Executar uma seqüência de ações físicas (gestual com objetos imaginários).

2-     Estímulos:
a)      Escatológicos (vontades, "manias" fisiológicas);
b)      Emotivos (ódio, amor, prazer, dor, tristeza, alegria, medo, choro, timidez, surpresa, etc) – descobrir sons para cada sentimento;
c)      Imagéticos (andar na floresta, no deserto, numa poça d’água, sobre pedras, no asfalto quente, na lama, etc).

3-     técnico/emotivo:
a)      Expressar sentimentos com diferentes partes do corpo (cabeça, peito, quadril, braços, mãos, pés, etc);
b)      Passar de uma emoção a outra automaticamente;
c)      Encontrar a fotografia de cada sentimento (as ações físicas essenciais que expressam cada sentimento – passar de uma para outra automaticamente).

4-     Dupla:
a)      Ação e reação (um de cada vez) – dupla fixa;
b)      Caminha, olha para o colega, apaixona-se e vai para ele (o sentimento pode ir mudando) – pode sr feito por todos ao mesmo tempo, escolhendo o parceiro ao acaso e depois entre a dupla fixa;
c)      Uma cadeira para dois clowns;
d)      Entra, faz algo e sai.

5-     Saídas de rua:
a)      Explorar o espaço físico, os objetos de rua, as interferências sonoras, etc;
b)      Relação com as pessoas – determinar situações (fazer passeios, compras, andar de ônibus, fotografar, procurar algo, perder-se, fazer uma boa ação, aprontar uma, etc).
                                                                                                                                                                     

sábado, 16 de outubro de 2010

Oficina : “A comunicação pela linguagem corporal, na educação: “O corpo e seus símbolos”.


          A comunicação envolve aspectos conscientes e inconscientes, os quais possuem o poder de significar sua imagem pessoal e profissional, bem como (re)significar as relações sociais e a aprendizagem. Por isso é muito importante aprendermos a conhecer bem nosso corpo, estando atentos às alterações que ele apresenta, pois ele nos diz exatamente onde estamos falhando e em que precisamos mudar o corpo “O corpo fala, e não mente”. 

           “O corpo é o inconsciente visível”, afirmava Wilherlm Reich. Podemos em metáfora afirmar que é o nosso texto mais concreto, nossa mensagem mais primordial, a escritura de argila que somos. É também o templo onde outros corpos mais sutis se abrigam. A pele é a ponte sensível do contato com o mundo e pode ser também um abismo. O corpo sente, toca, fala, comunga. Vida incorporada, corpo da vida... corpo “comunicante”. Além de não mentir o corpo conta histórias e em cada uma delas há um sentido a descobrir. Como o significado dos acontecimentos, das doenças ou do prazer que anima algumas de suas partes. O corpo é nossa memória mais arcaica. Nada é esquecido pelo corpo sua memória é sempre muito viva, sua interação com o meio é sempre muito intensa e suas respostas sutis. É preciso parar para ouvir o corpo e mais que isso é preciso atentar para das diferentes escutas do corpo humano. Só ouvindo podemos estabelecer o que chamamos comunicação não verbal.  

         Objetivamente a oficina busca uma abordagem sistemática do símbolo corporal dentro das relações interpessoais com um foco especial sobre a relação ensino aprendizagem. A tentativa então é a de identificar como o não verbal influência na educação e oferecer a vivência prática de técnicas de  expressão corporal que visam à ampliação da consciência corporal do educador e a desenvolvimento da percepção e da “escuta” do corpo.   

Oficina : “Professor criador”


              Falamos muito em criação e criatividade, mas não podemos esquecer que a formação de muitos de nós passou fortemente pelo crivo da proposta convencional de uma educação do intelecto e não uma educação dos sentidos. É visível e quase palpável, entre nós educadores, o desejo de transpor o mundo da pura intelecção e alcançar a arte e suas linguagens, mas isso não é tão simples. Falta-nos a sensibilidade necessária para criar além do que está previsto. Olhar além do que se pode ver. O ensino de arte tem várias funções, dentre elas, o fazer artístico, a história da arte e a apreciação ou fruição artística. A arte-educação promove todos esses aspectos em conjunto, visando uma formação mais consistente e ampla do indivíduo.

           A possibilidade de interferência do teatro e de seus processos e métodos de criação como ferramentas são capazes de gerar modificações no ambiente escolar de forma bastante abrangente. A proposta é um desafio aos educadores que participam da oficina e à maneira geral que se pensa o teatro da escola. 

           Muito da arte nos escapa por não termos sidos educados para a Arte. Não fomos educados para a sensibilidade, para o belo. Muito pouco trabalhamos em nossa formação sobre nossas emoções, nossos sentimentos e nossas sensações. No entanto é possível desencadear em nós e em nosso trabalho um processo de ruptura capaz de favorecer uma reflexão mais ampla e bem embasada sobre a arte em nossa vida e em nossa educação. 

            Como dizia Augusto Boal “a arte modifica os modificadores da sociedade, transforma os transformadores. A sua ação é indireta, exerce-se sobre as consciências dos que vão atuar na vida real”. Por isso para uma “educação criadora” é preciso ajudar os educadores a vivenciarem a criação.
    
            A oficina tem por objetivo oferecer a vivência prática de técnicas de criação através da expressão corporal e ações vocais e jogos dramáticos. Os exercícios lúdicos e as discussões visam à ampliação da consciência corporal do educador e a percepção de seu potencial criador através do uso da imaginação proporcionando a experiência criativa.

Oficina : “Onde está sua fantasia?”

           Temos instalada hoje, em nossa sociedade, uma crise do belo na existência e é preciso não só trabalhar o belo mais ajudar as pessoas a despertarem para isso. “Ensinar a olhar o Belo” como propõe Stanislavski. A parceria entre arte e educação torna possível tratar com alegria e leveza alguns temas importantes e complexos da cultura e da existência, como sentido da realidade, o lugar da ciência na sociedade, as interpretações do corpo e da natureza, a relação entre arte e verdade, a transitoriedade do amor, a inevitabilidade da morte e de modo sublime o lugar da fantasia em nossa vida. Para entender a importância desta reflexão fica uma provocação: “Que seria de nós sem as coisas que não existem?”.

    A oficina exercita o potencial criativo plástico, lingüístico, em jogos de interação social trabalhando o uso dos sentidos e do corpo com a arte. Música, desenho, dança e literatura se ligam em dinâmicas para a formação artística num amplo e contínuo discurso de onde está sua fantasia, seja ela indumentária ou imaginária

   A oficina tem por objetivo oferecer a vivência do lúdico, das brincadeiras de faz de conta, do processo de fantasiar. Isso para que o educador seja capaz de perceber os benefícios de saber onde está a fantasia de cada um e entender o significado do belo em nossa vida. Como nos alerta Rubem Alves:

“A alma não se alimenta de pão. Ela se alimenta de beleza. A beleza tem o efeito oposto ao pão: ela nos torna cada vez mais leves. Não é raro que aqueles que dela se alimentam se tornem criaturas aladas e desapareçam no azul do céu, onde moram os deuses, os anjos e os pássaros. A beleza é coisa da leveza”.

FILOSOFIA, LITERATURA E ARTE: DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES.


Quando pensamos a filosofia na educação básica temos a clara a idéia de que nossa meta, mais do que conhecer as idéias principais dos grandes filósofos, é refletir a partir delas e, às vezes até para além delas. A parceria entre a filosofia, a literatura e a arte torna possível tratar com alegria e leveza alguns temas importantes e complexos da cultura e da existência, como sentido da realidade, o lugar da ciência na sociedade, as interpretações do corpo e da natureza, a relação entre arte e verdade, a transitoriedade do amor e a inevitabilidade da morte.
Assim como a meta de todo artista é tornar real o impossível, ao recriar e recriar mundos através de cores e sons, o escritor da vida às palavras e o filósofo busca explicar o inexplicável. Todo esse processo gera o fenômeno do conhecimento e nada disso é feito de maneira unilateral e isoladamente. Por isso ao estudar filosofia nossa proposta é de dialogar abertamente com a literatura e com a arte em sua grandiosa extensão. Na filosofia é fundamental uma certa dose de improviso e de ousadia, às vezes até de rebeldia, na medida em que os pensamentos dos filósofos não estão aí para serem meramente repetido, mas “usurpados” e reapropriados de forma inventiva.
Não há dúvida, por ser algo inegável, que o futuro dos povos e de toda a humanidade em conjunto depende muito da formação da juventude. Os diversos países do mundo, configurados por sua situação étnica e geográfica, educaram suas juventudes seguindo as inspirações naturais do solo pátrio, determinando assim preferências que depois haveriam de caracterizá-los nas respectivas linhagens de grandes condutores políticos, oradores ilustres, filósofos, navegantes, artistas, gênios da literatura, expoentes máximos da ciência ou eminências do pensamento econômico. Olhando os adultos de hoje não tenho medo de dizer que faltou ousadia em nossa formação. O povo brasileiro tem arte “no sangue” e não sabe conviver com a estética. Produzimos uma brilhante literatura que é mais lida fora do que dentro do país e pensamos segundo os moldes da “soberana” e massificadora mídia. Em outras palavras não fomos educados, ou melhor, fomos educados para viver tal como podemos ver por aí. Fomos moldados para o micro, o mínimo, o menor. Ainda nivelamos tudo por baixo.
A proposta é a de transgredir, não repetir os erros do passado, sair da mesmice, romper a “grade” curricular de outrora e dialogar com mundo. Queremos uma juventude autêntica, dinâmica e decidida. Queremos formar gente de atitude. Gente capaz de ler sem compromisso com respostas para os outros, mas com as próprias perguntas interiores... Ler por encanto correndo atrás das palavras como quem persegue borboletas e aí se “perder” com a beleza de todas as cores.
É preciso acreditar mais no prazer que no dever; por isso é preciso educar dialogando. Dialogando compreendemos que ninguém tem a verdade. Nós só damos palpites. Quando compreendemos que neste mundo, quando expomos nossa verdade, só damos palpites ficamos mais tolerantes. Aí podemos conversar mansamente ouvindo honestamente o que os outros têm a dizer.

Grande abraço para todos...
Ailton Dias

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

QUANDO ESTUDAR SE TORNA UMA AVENTURA



Estudar, em última análise, é ir à procura da verdade. Trata-se de um processo dinâmico de saber, buscar, saber de novo e recomeçar para buscar ainda mais.
Entre a arte de ensinar e a arte de aprender existe uma grande diferença, não obstante acharem-se ambas intimamente vinculadas. Em geral, quem começa a aprender o faz sem saber por quê; pensa que é por necessidade, por uma exigência de seu temperamento, por um desejo ou por muitas outras coisas, às quais costuma atribuir esse por quê. Mas quando já começa a vincular-se àquilo que aprende, vai despertando nele o interesse e, ao mesmo tempo, reanimam-se as fibras adormecidas da alma, que começa a buscar, chamando ao estudo, os estímulos que irão criar a capacidade de aprender.
Porém, que é o que o ser aprende, e para que aprende? Eis aqui duas indagações às quais nem sempre se podem dar respostas satisfatórias. Aprende-se e continua-se aprendendo, adquirindo hoje um conhecimento e amanhã outro, de igual ou de diversa índole. Primeiro se aprende para satisfazer às necessidades da vida, tratando de alcançar, por meio do saber, uma posição, e solucionar ao mesmo tempo muitas das situações que a própria vida apresenta. Quando se completa a medida do estudo, parece como se na mente se produzisse uma desorientação: o universitário, ao conquistar seu título, aquele outro ao culminar sua especialização. Enfim, quando essa vida de estudos está terminada, começam as atividades nas diferentes profissões, o que paralisa a atividade anterior da mente dedicada ao estudo; muitos até chegam a esquecer aquela constante preocupação que antes tinham, de alcançar cada dia um conhecimento a mais, encontrando-se como os que, tendo finalizado o percurso de um caminho, não sentem a necessidade de dar um passo além, por não acharem o incentivo de um objetivo capaz de propiciá-lo. Eis aí uma das causas de onde provém tanta desorientação nos seres humanos.
 Pensando nisso criei um mini curso de introdução à metodologia do estudo. Este trabalho tem por meta “ensinar a aprender”, ajudar o aluno a ver com os próprios olhos, e não por ouvir dizer; a expressar-se com as próprias palavras e a pensar com a própria cabeça. Tendo aprendido cabe ao aluno sistematizar bem o conhecimento sempre que solicitado. Tudo isso exige um método.
Uma constatação freqüente é a de que nem sempre o estudante colhe frutos maduros e satisfatórios de seus anos acadêmicos. Muitos consideram o fim dos anos escolares como uma verdadeira libertação... Talvez tudo isso porque faltou a muitos uma boa introdução e um correto acompanhamento na “arte de estudar”. É preciso aprender a tira proveito das exposições do professor em sala de aula. É preciso dominar as ferramentas do estudo ou seja o método.
Estamos sempre em processo de aprendizagem: apropriamo-nos criativamente de conteúdos... é um desafio permanente... uma aventura. A vocação intelectual faz a pessoa sair do seu circulo fechado que o tranca numa identidade repetitiva de si mesma. O estudo orienta-se para a formação integral da pessoa, num equilíbrio entre o existente e o possível. Desenvolve nossas potencialidades.
Nessa aventura os estudantes não podem caminhar sozinhos, introduzir um método de estudo não significa apontar um caminho e sim acompanhar a caminhada. Por isso é importante que os professores também entendam que todo caminho se faz caminhando. 

Prof. Ailton Dias de Melo

Aprenda a Estudar: orientações metodológicas para o estudo

“A boa educação dá ao corpo e à alma toda a beleza e perfeição de que são capazes” (Platão)

MINI CURSO DE METODOLOGIA


1 – Atividade:
 Curso básico e intensivo sobre orientações metodológicas para o estudo

2 – Carga horária
Tempo médio de 8h aula - dividido em 2 ou 3 dias de atividades

3 – Objetivos:
 Estudar, em última análise, é ir à procura da verdade. Trata-se de um processo dinâmico de saber, buscar, saber de novo e recomeçar para buscar ainda mais. Nosso curso de metodologia tem por meta “ensinar a aprender”, ajudar o aluno a ver com os próprios olhos, e não por ouvir dizer; a expressar-se com as próprias palavras e a pensar com a própria cabeça. Tendo aprendido cabe ao aluno sistematizar bem o conhecimento sempre que solicitado. Tudo isso exige um método.

4 – Justificativa:
 O grande desafio que aparece diante daquele que se propõe a estudar é sem dúvida, o como estudar. A maioria das pessoas se frustra em suas primeiras tentativas de estudo. Faltam orientações práticas sobre como desenvolver um estudo que seja ao mesmo tempo proveitoso e prazeroso. A técnica tem importância e esta a serviço de quem estuda proporcionando ordem, clareza e objetividade.

5 – Público Alvo:
 Alunos do ensino médio

6 – Coordenação e aplicação:

Prof. Ailton Dias de Melo .

7 – Programação:

1ª Parte

1.      Como Estudar
1.1.   O que é estudar
1.2.   Fatores condicionantes do estudo
1.3.   Planejamento e Organização
1.4.   Orientações nos estudos

2.      Como estudar um texto
2.1    Tipos de leitura
2.2    Os quatro passos de uma boa leitura

3.      Como escrever um texto
3.1    Significado, utilidades e condições
3.2    Textos acadêmicos

2ª Parte

4.      Como fazer fichas e anotações
4.1.   Fichas de conteúdo
4.2.   Tomar nota em aula

5.      Orientações Metodológicas para Trabalhos Acadêmicos
5.1.   Estrutura básica
5.2.   Introdução e conclusão
5.3.   Como citar uma fonte


8 – Subsídio base:

MATOS, Henrique Cristiano José. Aprenda a estudar: orientações metodológicas para o estudo.12.ed. Petrópolis: Vozes, 2003.135p.


“Pensar é analisar e sintetizar, separar e unir”...
JB Libanio

Professor Ailton Dias de Melo