sexta-feira, 15 de outubro de 2010

QUANDO ESTUDAR SE TORNA UMA AVENTURA



Estudar, em última análise, é ir à procura da verdade. Trata-se de um processo dinâmico de saber, buscar, saber de novo e recomeçar para buscar ainda mais.
Entre a arte de ensinar e a arte de aprender existe uma grande diferença, não obstante acharem-se ambas intimamente vinculadas. Em geral, quem começa a aprender o faz sem saber por quê; pensa que é por necessidade, por uma exigência de seu temperamento, por um desejo ou por muitas outras coisas, às quais costuma atribuir esse por quê. Mas quando já começa a vincular-se àquilo que aprende, vai despertando nele o interesse e, ao mesmo tempo, reanimam-se as fibras adormecidas da alma, que começa a buscar, chamando ao estudo, os estímulos que irão criar a capacidade de aprender.
Porém, que é o que o ser aprende, e para que aprende? Eis aqui duas indagações às quais nem sempre se podem dar respostas satisfatórias. Aprende-se e continua-se aprendendo, adquirindo hoje um conhecimento e amanhã outro, de igual ou de diversa índole. Primeiro se aprende para satisfazer às necessidades da vida, tratando de alcançar, por meio do saber, uma posição, e solucionar ao mesmo tempo muitas das situações que a própria vida apresenta. Quando se completa a medida do estudo, parece como se na mente se produzisse uma desorientação: o universitário, ao conquistar seu título, aquele outro ao culminar sua especialização. Enfim, quando essa vida de estudos está terminada, começam as atividades nas diferentes profissões, o que paralisa a atividade anterior da mente dedicada ao estudo; muitos até chegam a esquecer aquela constante preocupação que antes tinham, de alcançar cada dia um conhecimento a mais, encontrando-se como os que, tendo finalizado o percurso de um caminho, não sentem a necessidade de dar um passo além, por não acharem o incentivo de um objetivo capaz de propiciá-lo. Eis aí uma das causas de onde provém tanta desorientação nos seres humanos.
 Pensando nisso criei um mini curso de introdução à metodologia do estudo. Este trabalho tem por meta “ensinar a aprender”, ajudar o aluno a ver com os próprios olhos, e não por ouvir dizer; a expressar-se com as próprias palavras e a pensar com a própria cabeça. Tendo aprendido cabe ao aluno sistematizar bem o conhecimento sempre que solicitado. Tudo isso exige um método.
Uma constatação freqüente é a de que nem sempre o estudante colhe frutos maduros e satisfatórios de seus anos acadêmicos. Muitos consideram o fim dos anos escolares como uma verdadeira libertação... Talvez tudo isso porque faltou a muitos uma boa introdução e um correto acompanhamento na “arte de estudar”. É preciso aprender a tira proveito das exposições do professor em sala de aula. É preciso dominar as ferramentas do estudo ou seja o método.
Estamos sempre em processo de aprendizagem: apropriamo-nos criativamente de conteúdos... é um desafio permanente... uma aventura. A vocação intelectual faz a pessoa sair do seu circulo fechado que o tranca numa identidade repetitiva de si mesma. O estudo orienta-se para a formação integral da pessoa, num equilíbrio entre o existente e o possível. Desenvolve nossas potencialidades.
Nessa aventura os estudantes não podem caminhar sozinhos, introduzir um método de estudo não significa apontar um caminho e sim acompanhar a caminhada. Por isso é importante que os professores também entendam que todo caminho se faz caminhando. 

Prof. Ailton Dias de Melo

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